A Inquisição espanhola é, dentre as
demais inquisições, a mais famosa porque mais marcante na memória. Atuou por mais de
300 anos, de 1478 a 1834. O historiador norte-americano David Landes, por exemplo, relata-nos: "A perseguição levou a uma interminável caça às bruxas, repleta de denunciantes pagos, vizinhos bisbilhoteiros, e uma discriminatória 'limpieza de sangre'. Judeus conversos eram apanhados por intrigas e vestígios de prática prosaica: recusa a comer carne de porco, toalhas lavadas à sexta-feira, uma prece escutada de soslaio, frequência irregular à igreja, uma palavra mal ponderada."
A higiene era uma causa de suspeita em si, e o
ato de tomar banho era visto como uma prova de apostasia (renúncia ou abandono de uma crença religiosa; dependendo de cada religião, um apóstata, afastado do grupo religioso no qual era membro, pode ser vitima de preconceito, intolerância, difamação e calúnia por parte dos demais membros ativos; um caso extremo, é aplicação da pena de morte) para marranos (designa os descendentes de judeus convertidos à força ao cristianismo) e muçulmanos. A frase "o acusado era conhecido por tomar banho" é comum nos registros da Inquisição.
Sujidade herdada: as pessoas limpas não têm de se lavar. Em tudo isto, os espanhóis e portugueses rebaixaram-se. A intolerância pode prejudicar o perseguidor (ainda) mais do que a vítima. Deste modo, a Ibéria, e na verdade a Europa Mediterrânica como um todo, perdeu o trem da chamada revolução científica".
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A inquisição no Brasil e em Portugal
Métodos de tortura e execução na Idade Média
"Durante a atuação da Santa Inquisição
em toda a Idade Média, a tortura era um recurso utilizado
para extrair confissões dos acusados de pequenos delitos,
até crimes mais graves. Diversos métodos de tortura
foram desenvolvidos ao longo dos anos. Os métodos de
tortura mais agressivos eram reservados àqueles que provavelmente
seriam condenados à morte.
Além de aparelhos mais sofisticados e
de alto custo, utilizava-se também instrumentos simples
como tesouras, alicates, garras metálicas que destroçavam
seios e mutilavam órgãos genitais, chicotes, instrumentos
de carpintaria adaptados, ou apenas barras de ferro aquecidas.
Há ainda, instrumentos usados para simples imobilização
da vítima. No caso específico da Santa Inquisição,
os acusados eram, geralmente, torturados até que admitissem
ligações com Satã e práticas obscenas."
Veja mais:
Spectrum Gothic [O, en español,
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Documentário BBC
A Verdade Brutal, dublado em espanhol
Ver também:
Máquinas de Maldades - Inquisição
Veja ainda: A história do vaso sanitário